A manhã estava clara, mas o vento ainda carregava aquele frio cortante que parecia entrar pelas mangas e pelo colarinho. Madeleine atravessou o pátio improvisado da obra com as luvas enfiadas no bolso e a touca puxada até quase cobrir as sobrancelhas.
O hotel já tinha outra cara. Onde antes eram apenas estruturas metálicas e tábuas empilhadas, agora as paredes começavam a se erguer com firmeza. Ela parou por um instante, observando o som ritmado dos martelos, a fumaça branca escapando das bocas dos homens e mulheres que trabalhavam ali, e sentiu um orgulho silencioso — não só do projeto, mas dela mesma por estar ali, de pé, participando.
Clara acenou de longe, segurando uma prancheta.
— Hoje é dia de colocar a mão na terra — avisou, aproximando-se. — O pessoal vai começar o plantio experimental para o jardim interno. Quer participar?
Madeleine riu. — Eu sei desenhar jardins. Mas nunca plantei nada que não fosse um tempero numa jarra.
— Então vai ser a sua estreia.
E foi assim que, mei