O dia começou claro, com um céu límpido que contrastava com a neve acumulada nas encostas e no topo das árvores. Um daqueles raros domingos em Tromsø em que o vento parecia tirar folga, e o mundo inteiro parecia suspenso entre uma respiração e outra.
Clara apareceu no chalé pouco depois das dez, com o cabelo preso em um rabo de cavalo alto, botas altas e um mapa dobrado de maneira nada prática debaixo do braço.
— Coloque algo quente — disse, batendo os pés na soleira para tirar a neve. — Quero te mostrar um lugar.
Madeleine ainda estava com a xícara de chá nas mãos e a câmera sobre a mesa, mas já sentiu o coração acelerar com o convite.
— Que tipo de lugar?
— Uma parte do terreno que poucos exploraram até agora. Fica além do mirante sul. Estamos pensando em construir ali algo complementar ao hotel — um espaço de contemplação, talvez uma sauna sustentável ou uma pequena casa flutuante. Quero sua visão.
Ela se vestiu rapidamente — blusas térmicas, suéter grosso, cachecol e touca. Ajeito