A vila parecia ter despertado mais cedo naquele sábado. Na praça principal, mesas dobráveis foram dispostas em longas fileiras, cobertas com toalhas de linho azul e branco, como as ondas do fiorde em dias claros. Panelas fumegavam em fogareiros improvisados, enquanto crianças corriam com luvas e cachecóis coloridos, anunciando o evento com gargalhadas que cortavam o frio.
Clara passou para buscá-la pouco antes das cinco, batendo na porta do chalé com os nós dos dedos e o cabelo preso em um coque apressado.
— Trouxe pão fresco. E um vinho que ninguém precisa saber que existe — disse, erguendo a garrafa com uma piscadela.
Madeleine sorriu, pegando o cachecol sobre a cadeira.
— Nunca fui boa em eventos comunitários — confessou.
— Nem eu. Mas aqui ninguém espera que a gente seja boa, só que esteja presente.
Caminharam lado a lado pelas ruas ainda com resquícios de neve derretendo. O ar era limpo e frio, mas a luz começava a dourar os telhados. A vila parecia diferente naquele início de no