O vento soprava de forma irregular, como se ensaiasse uma dança desajeitada entre os pinheiros. Madeleine ajeitou o gorro, o cachecol e prendeu o caderno de anotações contra o peito enquanto caminhava ao lado de Clara pela trilha que contornava os fundos do terreno do hotel.
— Parece que o mundo inteiro se curva pra cá — disse Clara, apontando para o fiorde, agora iluminado por um sol tímido que aparecia entre nuvens finas. — A gente precisa respeitar isso na hora de construir.
— Não enfrentar a natureza. Integrar — completou Madeleine, já com o olhar atento aos desníveis do solo, à direção do vento, à inclinação das encostas.
Carregava uma mochila com amostras de revestimento sustentável, pequenos protótipos de estruturas modulares e uma trena digital. Mas o que mais importava naquele momento era o caderno aberto em sua mão: ali, entre rabiscos, escalas e recortes, vivia uma ideia que começava a pulsar com verdade.
Caminharam por mais de uma hora, observando o terreno por diferentes