A manhã chegou com uma luz cinza suave que filtrava pelas janelas do chalé como um sussurro. Madeleine estava no chão da sala, rodeada por painéis de inspiração, quando ouviu a batida firme na porta.
Abriu sem surpresa. Anders estava ali, com uma caixa pequena nas mãos e a expressão de sempre — aquela mistura de mar e montanha que ela começava a identificar antes mesmo de vê-lo.
— As peças que você pediu — disse, estendendo a caixa sem cerimônia.
— Achei que só chegariam na semana que vem — respondeu, pegando o embrulho.
— Achei que você gostaria antes.
Ela fez que sim com a cabeça, meio sem jeito. Moveu-se para o lado, convidando-o para entrar com um gesto discreto, mas Anders ficou ali, no limiar da porta, como se o ar entre eles fosse suficientemente íntimo para dispensar interiores.
— Quer entrar? — perguntou, ainda que soubesse qual seria a resposta.
Ele olhou além do ombro dela, para os desenhos espalhados no chão, e então assentiu com a cabeça.
Entrou com os passos cautelosos d