Capítulo 18

A manhã chegou com cheiro de sal e vento fresco. O céu, sem nuvens, refletia no fiorde como um espelho gelado. Madeleine acordou cedo, não por hábito, mas por intuição — como se algo no ar sussurrasse que valia a pena levantar.

Ainda sonolenta, arrumou o cabelo em um coque solto, vestiu o casaco mais grosso que encontrou e desceu com a caneca de chá fumegante nas mãos. Quando abriu a porta, encontrou Erik já parado à frente do chalé, encostado no velho jipe com a naturalidade de quem nunca tinha pressa.

— Acordada cedo assim... era isso ou perder a luz perfeita — disse ele com um sorriso enviesado.

Madeleine ergueu a sobrancelha, confusa.

— Luz perfeita pra quê?

— Estão descarregando o maior lote de bacalhau da temporada. O porto tá vivo. Você devia fotografar.

Ela levou um instante para entender. Depois olhou para o interior do chalé, como se a resposta estivesse guardada entre caixas e gavetas. A câmera. Ainda estava ali. Guardada desde Londres, esquecida sob o peso dos dias.

— Me d
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