Na manhã de terça-feira, o céu sobre Tromsø amanheceu limpo, embora o frio ainda cortasse a pele como uma lembrança insistente de que ali nada era simples. Madeleine terminou de prender o cabelo diante do espelho do banheiro, colocou uma segunda camada de meia e respirou fundo. Não era exatamente uma reunião oficial, mas Clara deixara claro que o encontro com os moradores da vila seria importante.
— Eles são diretos. E apaixonados pelo que é deles — avisara, enquanto tomavam chá no dia anterior.
— Eu também sou — tinha respondido Madeleine, com um leve sorriso.
A reunião aconteceria no mesmo centro cultural onde, dias antes, ela participara de um encontro informal com os engenheiros locais. Agora, no entanto, o salão estava mais cheio, com cadeiras organizadas em círculo e uma mesa central repleta de plantas do projeto do hotel, esboços impressos e pequenas amostras de materiais.
Clara usava um suéter cinza de gola alta e parecia tão confortável quanto uma professora universitária aco