Rogério
A ambulância abriu as portas antes mesmo de parar completamente. A equipe do hospital já esperava — luzes brancas, vozes rápidas, mãos estendidas. Mas mesmo com toda aquela movimentação, eu mantinha meus braços firmes ao redor dos meus filhos, enquanto Liz era cuidadosamente passada para a maca.
— Paciente pós-parto, gemelares! o paramédico anunciou. — Parto realizado na ambulância! Hemorragia moderada, mas mantendo pressão! Bebês estáveis!
— Eu… quero eles… Liz murmurou, exausta, os olhos sem conseguir focar direito.
Eu segurei a mão dela de um lado enquanto carregava a Antonela e o Dominic no outro braço, um contra o peito, o outro protegendo com a mão inteira a cabecinha minúscula.
— Tô aqui, amor… não vou soltar você nem eles.
A equipe cercou a gente enquanto empurravam a maca pelo corredor. Dominic chorava com força um choro que ecoava, que enchia o hospital inteiro. Já Antonela fazia só um gemidinho baixo, um chorinho suave, como se tivesse medo do mundo tão grande e