Rogério
As sirenes ecoavam tão forte que pareciam atravessar as paredes da casa, da minha pele, dos meus ossos. Quando os paramédicos finalmente entraram, eu senti o chão vacilar de alívio e desespero ao mesmo tempo.
— Aqui! eu gritei, apontando para Liz, ainda encolhida contra o meu peito.
Eles vieram rápido. Muito rápido. A maca foi aberta, o oxigênio preparado, luvas estalando no ar.
— Grávida… sofreu impacto emocional forte… possível trauma… ouvi um dos paramédicos falar, e aquilo me feriu como se alguém estivesse dizendo que meu mundo inteiro estava por um fio.
Eu não soltei a mão dela nem por um segundo.
Antony, mesmo sangrando, tentou levantar.
— Eu tô bem, atende ela primeiro ele disse, a voz firme apesar da palidez.
— Senhor, o senhor está perdendo muito sangue — o socorrista insistiu.
— E ela tá grávida! ele rebateu, apontando pra Liz, como se isso fosse a única verdade que importava.
Mas então outro grito ecoou do corredor.
— O cachorro! Tem um cachorro ferido aq