Elizabeth
A manhã seguinte chegou leve, ensolarada, e, pela primeira vez em muito tempo, eu vi minha irmã sorrir ao se arrumar.
Camila escolheu um vestido azul-claro, simples, mas que realçava o brilho dos olhos dela. Eu ajeitei seus cabelos com carinho e sorri diante do espelho.
— Está linda, mana. O doutor Marcelo vai se encantar com esse sorriso.
Ela riu baixinho, meio sem graça.
— Só quero que ele diga que vai dar tudo certo.
Pegamos os exames antigos, a pasta de documentos e seguimos para a clínica. O trajeto pareceu curto talvez porque o coração estivesse leve. Eu olhava pela janela e agradecia a Deus em silêncio a cada esquina.
Na sala de espera, o cheiro de desinfetante se misturava ao aroma de café. Quando o doutor Marcelo apareceu na porta, nos cumprimentou com um sorriso gentil.
— Que bom ver vocês disse ele, convidando-nos a entrar. — Vamos conversar.
Camila se sentou na maca, um pouco tensa, enquanto eu permanecia ao lado dela, segurando sua mão.
— Doutor, trouxemos o