Estela
A luz do consultório era forte demais. Ou talvez fosse só o mundo girando ao meu redor.
— Estela? Tá tudo bem? — Aline, minha colega de plantão, apareceu ao meu lado com uma expressão assustada.
Pisquei algumas vezes, tentando me concentrar na ficha que preenchia. Mas o suor frio nas costas me fez largar a caneta.
— Acho que… preciso me sentar um pouco.
Aline me segurou antes que eu escorregasse da cadeira.
— Eu vou chamar o plantonista, você quer ser atendida?
— Não! respondi rápido demais, tentando manter a pose. — Não precisa… deve ser só estresse, ou um pouco de pressão baixa.
Mas aí, tudo escureceu.
Quando abri os olhos, estava deitada na maca da enfermaria, e a primeira coisa que vi foi o rosto desesperado do Guilherme ao meu lado.
— Estela! Amor… eu vim o mais rápido que consegui.
Ele segurava minha mão, beijando meus dedos, os olhos cheios de medo.
— Já tá tudo bem sussurrei, ainda meio zonza.
— Não tá não, a médica já pediu uma bateria de exames. Você não