Guilherme
O rádio chiava dentro da viatura.
O mapa à minha frente tremia com o balanço do carro.
Meu coração batia mais alto que a sirene desligada.
— Equipe 1 posicionada. Prontos para entrar. ouvi a voz da força tática pelo fone.
Meu punho apertava o colete. O suor escorria pelas costas.
Era agora.
— Atenção a todos. A casa foi identificada. A movimentação interna confirma presença de pessoas. Modo silencioso. A entrada é pelo fundo. disse o líder da operação.
Maria apertou meu ombro antes de eu descer.
— É agora, Gui. Ela tá ali. Sente isso. Vai dar certo.
Assenti. Mas as pernas tremiam.
Era como se o tempo tivesse congelado nos últimos três dias.
A imagem dela na cadeira, a barriga crescendo, o sorriso doce… tudo isso me assombrava toda noite.
E agora, talvez, eu a tivesse a poucos metros de distância.
Descemos. A porta dos fundos estava escorada com uma corrente. O time arrombou com precisão. Avançamos como fantasmas, em silêncio. O galpão era úmido, escuro, abafado.
E então…
O