Guilherme
As horas no plantão passaram arrastadas. Era como se meu corpo estivesse ali, mas a mente… em casa. Em Estela. Na nossa filha que logo estaria nos meus braços. Luiza.
Já passava das cinco da tarde quando percebi que ela ainda não tinha respondido minha mensagem. Nenhuma notificação. Nenhuma ligação perdida.
O pressentimento veio como um soco no estômago. Tentei me acalmar, racionalizar, mas alguma coisa dentro de mim gritava. Algo estava errado.
Larguei o jaleco no armário, bati o ponto e saí do hospital praticamente correndo.
Cheguei em casa. Tudo em silêncio.
— Estela? — chamei, abrindo a porta com mais força do que o necessário. — Amor?
Nada.
Fui até o quarto, a sala, a cozinha. Luzes apagadas. A sensação de vazio me engolindo.
Peguei o celular e liguei para Mei. Ela atendeu na terceira chamada.
— Gui? Tá tudo bem?
— Você viu a Estela hoje?
— Vi sim! Ela saiu da aula por volta das uma da tarde. Disse que tava super empolgada, que ia encontrar a mãe pra irem às compras. O