Capítulo 70

Guilherme

As horas no plantão passaram arrastadas. Era como se meu corpo estivesse ali, mas a mente… em casa. Em Estela. Na nossa filha que logo estaria nos meus braços. Luiza.

Já passava das cinco da tarde quando percebi que ela ainda não tinha respondido minha mensagem. Nenhuma notificação. Nenhuma ligação perdida.

O pressentimento veio como um soco no estômago. Tentei me acalmar, racionalizar, mas alguma coisa dentro de mim gritava. Algo estava errado.

Larguei o jaleco no armário, bati o ponto e saí do hospital praticamente correndo.

Cheguei em casa. Tudo em silêncio.

— Estela? — chamei, abrindo a porta com mais força do que o necessário. — Amor?

Nada.

Fui até o quarto, a sala, a cozinha. Luzes apagadas. A sensação de vazio me engolindo.

Peguei o celular e liguei para Mei. Ela atendeu na terceira chamada.

— Gui? Tá tudo bem?

— Você viu a Estela hoje?

— Vi sim! Ela saiu da aula por volta das uma da tarde. Disse que tava super empolgada, que ia encontrar a mãe pra irem às compras. O
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