Guilherme
Me disseram que a Andreia ia ganhar uma festinha surpresa. Que era só pros mais próximos. Que eu precisava estar lá.
Cheguei cansado do plantão, mas fui mesmo assim. Ela é uma amiga que virou família. Achei justo. Só não imaginava o que me esperava do outro lado daquela porta.
Assim que entrei, as luzes se acenderam e uma multidão gritou:
— Surpresa!
Fiquei sem reação. Sorri, confuso.
— Ué… mas cadê a aniversariante?
Minha mãe surgiu com um sorriso que não via há tempos. Nas mãos, uma caixinha branca com fita dourada Me entregou sem dizer uma palavra.
— Isso é pra você, filho.
— Pra mim?
Abri a caixinha com as mãos trêmulas. Dentro, havia um par de sapatinhos de bebê, um teste de gravidez positivo e um pendrive com uma etiqueta: “Aperte o play, papai.
Conectaram na caixinha de som, e então veio o som mais bonito que já ouvi na vida.
Tum-tum… tum-tum… tum-tum…
O coração do meu bebê.
Eu perdi o chão.
Senti o peito arder, a respiração falhar. As lágrimas vieram antes mesmo de