Guilherme
Ela se aproximou mais um passo e, só então, reparei em algo que estava nas mãos dela.
Uma vasilha.
— Mamãe mandou isso pra você… ela disse, meio tímida, os olhos desviando dos meus. Disse que viu você o tempo todo me olhando no casamento e… que não comeu nada.
Soltei um riso fraco, meio sem graça.
— Não comi mesmo… cocei a nuca, sem conseguir disfarçar o sorriso. Tava com o estômago ocupado demais tentando entender se você ia embora sem falar comigo.
Ela baixou o olhar, apertando a vasilha entre os dedos. E meu peito se apertou com aquele gesto. A vulnerabilidade, o cuidado… era tão ela.
— Vamos lá na minha sala, falei, dando um passo para o lado e estendendo a mão, como quem convida, como quem quer que ela entre no seu mundo de vez. A gente pode conversar com calma lá.
Ela hesitou por um segundo, mas depois assentiu e veio atrás de mim.
Enquanto caminhávamos pelo corredor, eu sentia meu coração martelando. A sensação era tão surreal que parecia cena de filme. Mas ela est