Guilherme
Ela apareceu.
E, por um segundo, eu achei que fosse outra mulher. Mas não… era ela. A minha Estela. Só que não mais minha.
O cabelo, antes longo e cheio de doçura, agora ruivo e cortado num chanel provocante. Cada mecha caía com precisão, como se desafiasse quem a olhasse a encarar sua nova versão, mais ousada, mais dona de si. O vermelho vibrava sob as luzes do salão, como se anunciasse que o fogo que ela carregava por dentro agora também queimava por fora.
E então eu a vi por inteiro.
Estava usando um vestido justo, que desenhava suas curvas como uma obra feita à mão. Cada passo dela nos saltos fazia meu coração martelar no peito. As pernas, a cintura, o decote acentuado pelos seios fartos tudo nela dizia poder. E o pior: ela sabia disso.
Mas não era
só o corpo.
Era o olhar firme. O jeito calmo com que cruzava as pernas, como se não devesse nada a ninguém. A boca que sorria com controle. A voz doce, mas cortante. Ela não era mais a garota que fugia quando eu me aproximava