Andréia
Deixamos Henrique na escola logo cedo, ele desceu animado, ainda falando da piscina e do episódio de Naruto da noite anterior. Eu e Gustavo ficamos alguns segundos observando ele entrar pelo portão, com aquela mochila maior que as costas, e meu coração se encheu de uma mistura de orgulho e ternura.
— Parece que ele nasceu pra esse lugar, né? Gustavo comentou, com um sorriso no rosto.
— Ele precisava disso… respondi, apertando de leve a mão dele. — E eu também.
Seguimos juntos para o hospital. O plantão prometia ser puxado: ele na emergência, eu na pediatria. Logo na entrada, cada um seguiu para o seu setor. A correria começou cedo, e o tempo voou. Entre consultas, exames e pequenos atendimentos, quase não tive tempo de respirar.
No meio da tarde, enquanto eu revisava a ficha de uma criança, meu celular vibrou no bolso do jaleco. Era uma mensagem dele:
"Preciso de você agora no setor de arquivos"
Meu coração acelerou. Gustavo não era de mandar esse tipo de mensagem sem motivo