Gustavo
Eu já estava uma hora e meia atrasado para o plantão, mas não conseguia evitar o sorriso no rosto. A noite com a Andréia ainda rodava na minha cabeça, me fazendo esquecer a correria do hospital.
Passei na cafeteria para pegar dois cafés: um para mim e outro para o Rafa. Chegando lá, percebi que tinha poucos pacientes para atender, então fui direto tomar o café com ele.
— E aí, Rafa, bom dia! falei com aquela voz animada.
— Eita, meu amigo, que passarinho verde é esse? — ele riu, pegando o café. — Trouxe café pra mim? Acho que vou pedir um aumento pra Andréia, hein?
— Deixa de ser besta, cara!
— gargalhei.
— E aí, como foi o jantar?
— Ah, o jantar? eu me joguei na cadeira, me espalhando como quem já imagina a história. — Foi maravilhoso, viu?
— Olha, olha, isso tá cheirando a uma noite e tanto, hein? Ela te deu um belo chá, foi?
— Ainda não, cara. Parei e ele me olhou sério. — Sério que vocês ainda não…?
— Não, ela tem muitos traumas e tá se abrindo devagarinho. Mas tá sendo