Andréia
Assim que fechei a porta, Marlene me olhou com aquele sorriso de quem sabe mais do que diz.
— Olha só… que carinha feliz é essa, dona Andréia? — perguntou, ajeitando o pano de prato no ombro.
Antes que eu pudesse responder, Henrique veio correndo.
— Mãe! Você demorou… — Ele se agarrou em mim, e eu o abracei forte, sentindo o cheirinho de shampoo.
— Eu sei, meu amor… mas agora tô aqui. dei um beijo no topo da cabeça dele.
Henrique correu para o quarto, e eu fui seguindo Marlene até a cozinha. O cheiro de café recém-passado me envolveu, e ela já empurrava uma xícara na minha direção.
— Senta aí e me conta…
Suspirei e me sentei, enrolando o dedo na asa da xícara antes de falar:
— Foi… foi muito bom, Marlene. Ele é… diferente. Me faz sentir segura, sabe? Mas… ainda não consegui me entregar de verdade. Tenho medo…
Ela se acomodou na cadeira em frente à minha, apoiando o queixo nas mãos.
— Medo é normal, minha filha. Ainda mais depois do que você passou. Mas a gente não pode deixa