A noite na casa de campo dos Campos era um espetáculo de elegância contida. Luzes âmbar pendiam das árvores, criando um brilho quente sobre os convidados que conversavam em grupos animados, o som de suas risadas misturando-se à melodia suave de um quarteto de cordas. Como um dos anfitriões, Pedro se movia pelo salão com a desenvoltura de um predador em seu território, apertando mãos, sorrindo para parceiros de negócios e garantindo que a engrenagem social funcionasse perfeitamente.
Isabella, por outro lado, sentia-se como uma peça decorativa em um palco que não era seu. Após uma conversa educada, mas vazia, ela se afastou, buscando refúgio perto da longa mesa de comidas. Do outro lado do jardim, Oscar a observava, ele notou a forma como ela se isolou, a expressão sutil de cansaço em seu rosto. Viu a oportunidade que esperava. Com um copo de uísque na mão, ele se moveu com elegância discreta até parar ao lado dela.
— Você está muito bonita hoje — disse ele, a voz baixa e grave.