(Isabela)
A cidade se movia lá fora, um balé silencioso de carros e pessoas, mas minha mente estava parada, suspensa em um limbo de incerteza. Eu estava tão absorta, olhando pela janela do meu escritório sem realmente ver, que nem percebi quando Tina entrou.
— Senhora, já estão todos na sala de reunião.
A voz dela me puxou de volta à realidade. O momento havia chegado.
— Ok.
O corredor até a sala de reuniões nunca pareceu tão longo. A cada passo, sentia minhas pernas mais pesadas, como se estivessem presas em areia movediça. Um nó de ansiedade se formou em meu estômago. Eu estava com medo. Medo da reação deles, da minha equipe, das pessoas que me acompanhavam há três anos, que viram meus projetos nascerem e que se tornaram uma espécie de segunda família.
Quando empurrei a porta de vidro, o som das conversas cessou. Todos os olhares se voltaram para mim. Senti uma onda de tontura me atingir, o mundo balançando por um segundo, mas me mantive firme. Respirei fundo e caminhei