(Fellipe)
A reunião foi um massacre. Tensa, longa e brutalmente eficiente, como todas as reuniões que Pedro liderava quando estava sob pressão. Assim que o último engenheiro saiu da sala, ele se virou para mim, a expressão ainda dura, mas com um cansaço visível nos olhos. "Fellipe, almoce comigo." Não foi um convite, foi uma convocação.
Chegamos ao restaurante e fomos conduzidos à nossa sala privativa. Assim que a porta se fechou, a fachada de presidente implacável de Pedro começou a ruir. Ele se jogou na poltrona e despejou a história em uma torrente desordenada: a ausência na festa, a briga, a humilhação, a traição.
Eu ouvia em silêncio, tentando montar o quebra-cabeça. Quando ele finalmente parou, o silêncio era pesado. Olhei para ele, realmente o enxergando, e o que vi me chocou. Ele não estava nada bem. Tinha se jogado para trás na poltrona de couro, o corpo afundado como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros. Levou uma mão ao rosto, cobrindo os olhos, a palma pres