Capítulo 10

(Pedro)

A primeira coisa que senti ao acordar foi uma pontada aguda na cabeça, um martelar insistente que era o preço da minha bebedeira na noite anterior. O quarto estava imerso em uma luz cinzenta e fria. Virei-me, o movimento lento e doloroso, para olhar o relógio na mesa de cabeceira: 7h00. Um gemido de frustração escapou de meus lábios. Eu precisava ir para casa.

Enquanto me sentava na beira da cama, fragmentos da noite anterior me assaltaram: o brilho do uísque, o olhar faminto daquela mulher, o toque de sua pele. E então, um som quebrou o silêncio, confirmando minhas piores lembranças: o barulho da água do chuveiro. A mulher ainda estava ali. Um nó de auto aversão se formou em meu estômago. Vesti-me às pressas, as mãos tremendo de raiva de mim mesmo, e me sentei no sofá, aguardando, a mandíbula travada.

Quando ela saiu, enrolada em uma toalha branca que contrastava com sua pele bronzeada, um sorriso preguiçoso nos lábios, senti uma onda de repulsa. Ela me olhou com seus olho
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