“Não temo meus inimigos; temo apenas o que Luna desperta em mim.” — Fernando Torrenegro
🖤
Eu sempre soube que o maior risco de trazer Luna para minha vida não era o perigo dos inimigos, mas o dela tocar as feridas que escondi do mundo. Aquelas cicatrizes não eram feitas para serem compartilhadas. E, no entanto, ela estava cada vez mais próxima de arrancar os escombros que ergui como muralha.
Quando entrei no quarto e senti o ar pesado, soube que algo estava errado. Ela estava diferente. Não era apenas a calma de sempre. Era a calma perigosa, a que vem depois da decisão.
— O que você fez hoje, Luna? — perguntei, cada palavra pesada.
O que ela respondeu não foi uma confissão, mas uma afronta. Ela não negou. Disse que apenas tentou "entender melhor a casa". Palavras inocentes, mas que escondiam muito mais.
Meus músculos se retesaram.
Rosa.
Só podia ter sido Rosa.
Passei a noite em claro, o corpo de Luna repousando a poucos centímetros do meu, enquanto a raiva fervia dentro de mim.
Eu a