“Entre a vingança e Luna, descubro que a maior ameaça não é o inimigo… é o que ela desperta em mim.”
🖤
Luna
Há algo na respiração de Fernando quando ele se aproxima de mim. Não é apenas o peso da noite, nem o silêncio carregado que ele cultiva como armadura. É mais fundo. É como se ele estivesse sempre à beira de um precipício… e temesse que eu fosse empurrá-lo para dentro.
Nos últimos dias, percebi que sua voz carrega tons diferentes quando o assunto toca meu pai. Ele não fala mal. Não fala bem. Na verdade, evita pronunciar o nome dele, como se o som tivesse o poder de acender velas em um túmulo. Isso só reforça minha suspeita. O segredo que Fernando guarda com tanto zelo tem algo a ver com meu pai. Não tenho provas, e tão pouco, tenho como ver nos olhos dele a verdade. Mas eu sinto. Sinto no modo como ele se cala, como seu corpo se retrai sempre que meu passado é citado.
Às vezes, penso que ele acredita estar me enganando. Mas não há escuridão capaz de cegar minha intuição. Fecho o