“Fernando pensa que me domina no silêncio, mas é nele que descubro a sua rendição.” — Luna Castilho
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Ele não disse nada. Nenhuma palavra saiu de seus lábios depois que segurei seu braço e enfrentei a tempestade que carregava nos ombros. Mas eu não preciso de palavras para saber. Fernando é um homem de silêncios pesados. Cada respiração dele carrega um peso que não me pertence, mas que, de alguma forma, me atravessa. E quando o toquei, percebi — ele estava dividido. Entre o que deseja… e o que teme desejar.
O coração dele bateu forte sob minha mão. Aquele peito largo, sempre ereto, sempre firme, tremeu de um jeito quase imperceptível. Mas eu senti. E essa pequena fraqueza dele foi o que me deu forças para continuar.
Eu não enxergo rostos, não vejo expressões. Mas aprendi a ver o mundo de outras formas. E Fernando… ele é como fogo. Às vezes arde com violência, às vezes se apaga no silêncio. E eu não sei ainda se sou a madeira que o alimenta ou a água que o ameaça. Só sei que não quero