A manhã em São Paulo nasce com o céu tingido de cinza e um vento leve que varre as ruas com uma promessa de mudança imediata. No portão da mansão Schneider, um carro preto para suavemente, Afonso baixa o vidro e é reconhecido imediatamente pelo chefe da segurança, a entrada é liberada, ele estaciona o carro e dele descem três figuras que carregam consigo muito mais do que malas. Afonso Schneider, com os seus cabelos bem penteados, os olhos atentos e o semblante firme, caminha à frente. Ao lado, Cátia segura a bolsa contra o peito como se nela guardasse o coração. E um passo atrás, com o olhar atento e a postura sóbria, vem Cici Rossi, a governanta que, por décadas, cuidou dos Schneider como se fossem seus.
O chefe da segurança, ao ver os rostos que há tanto tempo não cruzavam os portões da mansão, nem pensa duas vezes. O homem dá um sorriso discreto, respeitoso. Ele se endireita e leva a mão à orelha, avisando aos demais:
— A família Schneider chegou. O senhor Afonso está entrando co