O dia começa como uma batalha silenciosa, mas Jonathan Schneider não sabe que, até o fim dele, será arrastado para a beira do próprio limite. O relógio marca as sete da manhã quando ele estaciona diante do Grupo Schneider, e, desde então, não há respiro. As reuniões atropelam-se como ondas furiosas, decisões surgem como lâminas que precisam ser cravadas sem hesitação, enquanto a ausência de Marta torna tudo mais instável, mais sombrio. Quando ela não está ao lado dele, é como se a estrutura do mundo ficasse torta, vacilante. Ele precisa de sua presença como um náufrago precisa da terra firme.
E hoje, o caos não dá trégua.
Primeiro, uma queda de energia paralisa parte da produção. Depois, como um golpe certeiro no que já está frágil, uma das embaladoras mais importantes quebra, e a garantia recusa cobrir o prejuízo. Jonathan chega à linha de produção com o terno amarrotado, o olhar faiscando, como se cada passo pudesse incendiar o chão.
— Autorizem a compra agora! — ordena, a voz corta