O som dos pneus no cascalho da entrada ecoa como um prenúncio. Eduardo salta do carro de aplicativo, deixou o carro de Jonathan na concessionária para revisão, o cenho franzido e uma nuvem pesada sobre os ombros. A mansão Schneider, com a sua imponência silenciosa, parece respirar expectativa à medida que ele atravessa a porta da frente. O rosto fechado, o corpo rígido, e o olhar duro anunciam que o humor dele não é dos melhores e logo se confirma.
— Que trânsito infernal! — resmunga, jogando as chaves em cima da mesa do hall. — Já deixei o carro do Jonathan na oficina, pego amanhã.
— Bom dia para você também — retruca Jonathan, erguendo uma sobrancelha.
— E a Lua, já acordou?
— Cadê ela? — responde seco, sem humor.
Jonathan suspira.
— Está na hora de fazer a sua própria filha, Eduardo.
Ele dá um meio sorriso torto.
— Tenho a Lua. E não preciso de mais nada… por enquanto.
A seguir, baixa a voz.
— Mariana mandou mensagem. Conseguiu adiantar tudo. Tá voltando para casa. Tô ansioso. M