O som de um celular explode no ar, estridente, destoando do clima carregado de tensão erótica. Mariana arregala os olhos, ofegante. Miguel congela, confuso. O som parece vir da bolsa jogada ao lado da manta.
— Sério? — Mariana diz, sem acreditar. — Justo agora?!
Miguel se afasta, rindo, sem conseguir conter. Mariana senta com um gesto rápido, puxa a bolsa, procura o celular enquanto ainda tenta cobrir os seios com o lençol amarrotado.
— É o Eduardo! — ela diz, olhando a tela com os olhos arregalados.
— Meu Deus, se eu não atender, ele vai subir aqui com um fuzil na mão!
Miguel ri mais alto agora, se jogando de costas sobre a manta.
— Claro que é o irmão ciumento…
— Cala a boca, Miguel! — ela diz, mas está rindo também, tentando ajeitar o cabelo e a respiração enquanto desliza o dedo na tela.
— Oi, Du… tá tudo bem.
A voz do outro lado é alta o suficiente para Miguel ouvir os primeiros segundos:
— Você sumiu! Não responde mensagem! Onde você está? Já anoiteceu!
Mariana respira fundo,