A noite desce sobre o morro como um véu de promessas e segredos. A brisa morna desliza pela pele como dedos invisíveis, sussurrando que algo está prestes a acontecer. O céu, bordado de estrelas, observa em silêncio o casal que repousa sobre a manta estendida no chão, cercados apenas pelo som distante da cidade adormecida e pelo pulsar inquieto do que sentem.
Miguel está deitado de lado, apoiado no cotovelo, os olhos fixos em Mariana como se ela fosse feita de luz, e talvez seja. Há algo nela que o desconcerta mais do que qualquer combate que já enfrentou, mais do que qualquer mulher que já teve em seus braços. Ele estende a mão, acaricia uma mecha do cabelo dela com os dedos firmes, mas ternos.
— Você tem ideia do que está fazendo comigo? — ele pergunta, a voz rouca, quase um sussurro.
Mariana sorri, aquele sorriso que começa nos lábios e termina nos olhos.
— Tenho uma leve suspeita... — ela brinca, mas logo completa, mais séria:
— Mas também estou tentando entender o que você faz co