O sol desponta com timidez por entre as copas das árvores no bairro tranquilo da zona sul do Rio de Janeiro. Uma brisa suave invade a casa de Vivian e Alan Moretti, carregando com ela o cheiro de jasmim que floresce no jardim. A casa respira serenidade. As paredes, que já ouviram choros de dor e gritos de frustração, agora testemunham risos, passos apressados de meias no chão de madeira, e o balbuciar doce de Vítor, o pequeno milagre que completa quase seis meses de vida.
Vivian acorda primeiro. Como sempre. Sai da cama sem fazer barulho, enrola-se no robe macio e caminha em passos leves pelo corredor. Ela passa os olhos pelo berço e sorri ao ver Vítor ainda dormindo, os bracinhos erguidos em total entrega. Beija-lhe a testa com delicadeza e sussurra:
— Meu amor...
Na cozinha, ela prepara o café com gestos automáticos e serenos. Pão na chapa, café passado na hora, frutas cortadas. Faz tudo em silêncio, mas com um amor que transborda. Como se cada tarefa fosse uma oração. Alan aparece