O sol mal começa a riscar o céu quando Marta desperta com uma sensação estranha no corpo. O estômago parece em guerra, embrulhado, pesado, inquieto. Ela tenta se levantar devagar, mas mal dá o segundo passo e corre apressada para o banheiro, cambaleando.
O som seco do vômito preenche o ambiente silencioso. As mãos seguram firme a borda da pia. Os olhos marejados não escondem o pânico.
Ela se apoia, respira fundo, enxágua o rosto e encara o reflexo no espelho.
— Não... não pode ser... — murmura, mas uma voz dentro dela já sabe a verdade.
Escova os dentes apressadamente, veste um moletom qualquer e sai, deixando apenas um bilhete na mesa da cozinha: "Já volto. Preciso resolver uma coisa."
No laboratório da cidade, o tempo parece parar enquanto Marta espera o resultado. Suas mãos suadas não conseguem ficar imóveis, e o coração martela dentro do peito.
Quando a atendente retorna com o envelope fechado, Marta não precisa abrir para saber. Mas ainda assim, o faz. Lentamente.
Gravidez confi