O silêncio que paira sobre a mansão Schneider nesta manhã não é como os outros silêncios. Ele não traz paz, não descansa. É um silêncio espesso, que pesa nos ombros de quem o escuta. Um silêncio que carrega memórias sufocadas, presenças que fazem falta e ausências que gritam. Um silêncio que chora.
Marta está parada à porta do quarto dos filhos. Seus dedos, trêmulos, repousam no batente como se aquele simples toque fosse sua âncora em um mar revolto de lembranças e saudade. Seus olhos passeiam pelo ambiente com uma intensidade quase reverente, absorvendo cada cor, cada detalhe minuciosamente planejado. Os móveis recém colocados, os tons suaves nas paredes, os adornos delicadamente posicionados… tudo ali foi construído com amor, o amor generoso e sensível de Islanne, e a criatividade gentil da arquiteta Jéssica.
Mas para Marta, aquele espaço é mais do que um projeto. É um santuário.
É o templo onde o amor de mãe pulsa em forma de esperança.
Ela avança alguns passos, o coração apertado