O fim da tarde mergulha a fazenda num espetáculo de luz dourada, enquanto a brisa fresca espalha pelo ar o cheiro cítrico das frutas maduras. Darlene e Eduardo caminham lado a lado, ainda rindo da provocação feita a Ravi. A estrada de terra entre o sítio dos Maia e a sede da fazenda é curta, mas o caminho até o curral parece carregar eletricidade.
No pomar, entre laranjeiras carregadas, Darlene se estica para alcançar uma tangerina e Eduardo, ao seu lado, a observa com os olhos estreitados de desejo disfarçado. Os cabelos dela brilham sob o sol poente, o corpo envolto numa calça jeans colada demais, camiseta fina e marcada pelos contornos provocantes de seus sei0s.
— Cuidado, Darlene. Esse jeito seu vai acabar me metendo em encrenca — ele comenta, mordendo um pedaço de laranja com os olhos ainda nela.
— Eu? — ela sorri, zombeteira. — Só estou colhendo fruta.
— É. Mas com essa bunda empinada assim, quem colhe sou eu.
Ela o encara, rindo com escárnio.
— Você não aguenta, Eduardo.
— Quer