O sol ainda nem aquece direito a terra quando Ravi, com os olhos entreabertos e os cabelos desordenados, emerge do seu quarto no sítio como quem atravessa uma tempestade de preguiça. Cambaleando até a sala, ele se joga no sofá com a precisão de um zumbi e encosta a cabeça no colo de Dona Maria, que, como sempre, está sentada ali como uma entidade sagrada da paz e do café quente. Sem dizer nada, ela começa a fazer cafuné no menino loiro que, apesar da fama de durão e cérebro do grupo, ali se comporta como um filho carente de colo. Ele fecha os olhos e suspira, se rendendo ao conforto como se o mundo lá fora não tivesse problemas a serem resolvidos.
— Tá tão quietinho hoje… — murmura Dona Maria, sorrindo e passando os dedos nos cabelos dele.
— Esse menino só precisa de carinho mesmo.
Ravi não responde. Só solta um ronronar preguiçoso, quase felino, e parece prestes a cochilar de novo.
Mas a paz, claro, tem prazo de validade.
A porta se escancara com um rangido dramático e, como uma dup