O jato da família Schneider corta o céu de forma elegante, como se tivesse pressa de voltar para casa. Lá dentro, o ambiente é silencioso, aconchegante. Jonathan observa Marta sentada ao seu lado, com um livro aberto nas mãos, mas o olhar distante pela janela. Eduardo cochila em uma poltrona mais afastada, com os braços cruzados e os óculos escorregando pelo nariz.
Jonathan estica a mão e segura a dela, com delicadeza.
— Tá tudo bem? — ele pergunta, a voz baixa.
Marta sorri e fecha o livro.
— Tá. É só aquela sensação estranha de voltar. Como se a gente tivesse vivido algo paralelo… e agora a vida real estivesse esperando na porta.
— Mas a gente mudou lá. E é com essa nova versão que a gente vai lidar com o que vier aqui.
Ela se encosta no ombro dele, respirando fundo.
— Eu só espero que essa nova versão continue existindo depois que a rotina bater.
Jonathan beija o topo da cabeça dela.
— Vai depender de nós dois. E eu tô dentro, até o fim, por você, minha vida.
O pouso em São Paulo