O sol mal começou a aquecer São Paulo quando Marta já está na cozinha da mansão Schneider, de avental e cabelos presos de qualquer jeito. Ela canta baixinho, mexendo o café fresco na garrafa térmica enquanto fatia frutas e coloca o pão na torradeira. O cheiro de café recém passado e pão quentinho se espalha, preenchendo o ambiente com um ar de lar, de começo novo.
Jonathan entra sonolento, os cabelos bagunçados e o olhar ainda meio perdido. Para na porta, cruzando os braços enquanto observa a cena.
— Isso é um sonho ou você virou oficialmente minha esposa dos anos 60?
— Se for sonho, melhor não acordar, não é? — ela responde, servindo as duas xícaras.
— E para sua informação, o feminismo permite amar e cuidar sem deixar de ser independente.
Ele se aproxima por trás, beija a nuca dela e sussurra:
— Você é tudo o que eu quero. Feminista, brava, sensual... e minha.
— Toma logo seu café antes que eu me arrependa.
Eles sentam-se à mesa, os pés se tocando discretamente debaixo. Entre goles