Fernanda
O clique da porta se fechando soou como uma sentença.
Eu fiquei parada no meio do quarto, os saltos ainda tilintando contra o mármore frio, os braços cruzados ao redor do corpo, os ombros se tensionando, os músculos das pernas ainda tremendo.
Ele me trancou.
Me isolou.
Me enjaulou como se eu fosse um animal.
Eu ouvi o som da chave girando na fechadura, o clique metálico ecoando pelo apartamento vazio, as sombras das cortinas se movendo nas paredes como dedos esticados, tentando me agarrar.
Me virei devagar, os olhos se fixando na porta fechada, os músculos do meu corpo ainda tremendo, a respiração saindo em arfadas curtas, o peito subindo e descendo rápido.
Eu tentei girar a maçaneta, os dedos se fechando ao redor do metal frio, os músculos do braço se tensionando, mas a porta não cedeu. Ele tinha me trancado de verdade.
Respirei fundo, os olhos se fechando, os dentes se trincando, os punhos se apertando ao lado do corpo.
Calma.
Respira.
Pensa.
Mas como pensar quando o m