Fernanda
O som do celular vibrando sobre a mesa de mármore interrompeu meus pensamentos. A tela exibia o nome de Miriam.
Hesitei por um momento antes de atender.
— Alô?
— Oi, Fernanda. Desculpa ligar assim, mas... será que a gente pode se encontrar? Precisamos conversar.
A voz dela soava diferente, mais suave, quase arrependida.
— Agora?
— Se você puder. É importante.
Olhei para o relógio. Guilherme ainda não tinha voltado.
— Tudo bem. Onde?
— Naquela cafeteria perto da praia, sabe?
— Estou indo.
Desliguei e respirei fundo.
***
A cafeteria estava quase vazia quando cheguei. Miriam já me esperava em uma mesa no canto, mexendo distraidamente na xícara de café.
— Oi — cumprimentei, sentando-me à sua frente.
— Oi. Obrigada por vir.
Ela parecia nervosa, os olhos evitando os meus.
— O que aconteceu?
— Primeiro, quero te pedir desculpas. Fui rude quando você saiu da agência. Não deveria ter agido assim.
Assenti, surpresa pela sinceridade.
— Tudo bem. Já passou.
— E... queria saber se você es