Capítulo Quarenta e Seis

Fernanda

O som do celular vibrando sobre a mesa de mármore interrompeu meus pensamentos. A tela exibia o nome de Miriam.

Hesitei por um momento antes de atender.

— Alô?

— Oi, Fernanda. Desculpa ligar assim, mas... será que a gente pode se encontrar? Precisamos conversar.

A voz dela soava diferente, mais suave, quase arrependida.

— Agora?

— Se você puder. É importante.

Olhei para o relógio. Guilherme ainda não tinha voltado.

— Tudo bem. Onde?

— Naquela cafeteria perto da praia, sabe?

— Estou indo.

Desliguei e respirei fundo.

***

A cafeteria estava quase vazia quando cheguei. Miriam já me esperava em uma mesa no canto, mexendo distraidamente na xícara de café.

— Oi — cumprimentei, sentando-me à sua frente.

— Oi. Obrigada por vir.

Ela parecia nervosa, os olhos evitando os meus.

— O que aconteceu?

— Primeiro, quero te pedir desculpas. Fui rude quando você saiu da agência. Não deveria ter agido assim.

Assenti, surpresa pela sinceridade.

— Tudo bem. Já passou.

— E... queria saber se você es
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