**Narrado por Miguel Satamini**
Clara ainda segurava o copo, seus olhos verdes brilhando sob a luz suave da boate. O riso dela ecoava na minha mente, uma gargalhada leve, mas intensa, que revelava uma segurança desafiadora, como se não temesse provocar reações. Mesmo tentando parecer indiferente, a verdade era que o som da sua risada me prendeu muito mais do que a música alta que pulsava ao redor.
— Então, é isso? — perguntei, com um sorriso suave nos lábios. — Ele é arrogante, insuportável, babaca… mas, convenhamos, lindo.
Ela virou a cabeça em minha direção, os lábios vermelhos ainda desenhados num sorriso provocador. — É. — confirmou, sem hesitar. — Exatamente isso.
— Você é cheia de contradições. — murmurei, enquanto girava o copo lentamente entre os dedos. — Mas eu gosto de contradições.
Um silêncio se instalou entre nós, com apenas o som da música pulsante ecoando ao fundo. Inclinei-me, apoiando o antebraço sobre a mesa, aproximando-me mais dela.
— Me explica uma coisa, Cl