O sorriso de Lacerda se manteve inalterado, e, na verdade, pareceu se expandir, como se o desafio proposto por aquela situação o divertisse. Ele se inclinou levemente, direcionando seu corpo para Clara, ignorando propositalmente minha presença.

— Clara… — começou a falar de maneira lenta, saboreando cada sílaba do nome dela. — Em breve, entrarei em contato. Quem sabe você não gostaria de trabalhar comigo? Sem testes, sem prazos de experiência. No meu escritório, eu reconheço talento com um único olhar.

Os olhos verdes dela piscaram rapidamente e, ao observar seu corpo, percebi a tensão que o dominava. Conhecia Clara o suficiente para saber: ela estava desconfortável, mas não queria demonstrar fraqueza.

Apertei ainda mais a mão dela na minha, de forma firme, comunicando sem palavras que ela não estava sozinha nessa situação.

Meus olhos se encontraram com os de Lacerda, e o que vi foi um olhar gélido e direto. — Clara já possui um contrato em andamento — falei, com a voz lenta e inc