📓 Narrado por Clara — Banheiro do Hotel
A cama ainda nem tinha esfriado quando Miguel me pegou pela mão, sem perguntar, e me arrastou pro banheiro. O quarto ficou pra trás, mas o calor dele, não. O espelho denunciava o que eu era agora: mulher desfeita, viva, acesa, pronta pra tudo até pra queimar de novo.
Ele ligou o chuveiro no máximo, e o barulho da água batendo no azulejo parecia o anúncio de que o jogo tinha mudado. Era outra rodada.
Miguel me encostou de frente pra parede fria, e o choque só serviu pra acordar ainda mais o que já estava quente. Senti o corpo dele colar atrás do meu, firme, pesado, a respiração já descompassada no meu pescoço.
A mão dele desceu, agressiva, apertando minha bunda sem cerimônia nenhuma. Meu peito grudou no azulejo, as pernas cederam, mas ele segurou meu quadril e não teve pedido de licença, nem promessa de delicadeza. Só o instinto cru, feroz, de quem sabe que agora não é mais sobre cura, é sobre possuir.
— Gosta assim, Clara? — ele murmuro