capítulo 128

📓 Narrado por Miguel

Dias depois.

Convenci Clara a voltar pra cidade comigo.

Não foi fácil nada nela é.

Mas, no fim, acho que foi a primeira vez que a teimosia dela e a minha jogaram pro mesmo lado.

A gente ainda tá se ajustando.

Dividir espaço, rotina, silêncio…

Aprender o peso e o prazer de morar com alguém que te conhece por dentro.

No começo, foi estranho.

Ela acorda cedo, eu trabalho até tarde.

Ela canta lavando a louça, eu odeio barulho na cozinha.

Ela espalha os livros pela sala, e eu tento fingir que não ligo.

Mas a verdade é que, de algum jeito, o caos dela encaixou no meu.

E hoje depois de dias de calmaria e novas guerras eu resolvi levar ela no bar da Augusta.

Aquele mesmo.

Onde eu costumava ir pra tentar esquecer o que agora tá sentado do meu lado.

— Certeza que é aqui? — ela perguntou, franzindo o nariz pro letreiro torto e pro cheiro de cerveja velha que escapava da porta.

— Aqui mesmo. — respondi, com um meio sorriso. — Lugar simples,
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