Everton Narrando
Assim que vi a Priscila se levantar da mesa dizendo que ia ao banheiro, meu coração acelerou. Olhei pra dona Neuza, que tava terminando de organizar a louça da janta, e levantei devagar, tentando parecer o mais natural possível.
— Dona Neuza — falei baixo, me aproximando dela — posso te pedir um favor?
Ela me olhou com aquele jeitinho sábio de mãe que já sabe o que vem pela frente antes mesmo da gente falar.
— Pode sim, Everton. O que tá aprontando?
Dei um meio sorriso e cocei a nuca, meio sem jeito.
— É que... queria fazer uma surpresa pra Priscila. Uma coisa simples, mas especial. Ela tem passado por tanta coisa... e eu queria mostrar pra ela que tô aqui, de verdade, pra tudo. Que quero fazer essa mulher feliz todos os dias.
Dona Neuza soltou um sorrisinho de canto, cruzando os braços.
— Até que enfim você tá pensando com o coração. E já sei até o que a gente pode fazer. Vai ali na varanda, pega aquelas luzinhas da estante que sobraram do Natal. Eu vou ajeitar a me