Priscila Narrando

Quando o celular apitou com a notificação, eu já sabia que era ele. Abri a mensagem e lá estava a foto: o teste de farmácia na mão do Everton. Típico. Ele não perde tempo, nunca perdeu. Só que dessa vez... sei lá. Me deu um frio no estômago.

Respondi rápido, querendo cortar o clima antes que crescesse demais:

— Everton... você tá criando expectativa à toa. Eu não tô grávida. Foi só um enjoo, deve ter sido o café com o pão de queijo quente demais. Relaxa.

Mas a verdade? Eu não tava tão certa assim.

Desde ontem à noite, meu corpo tava estranho. Uma sensibilidade diferente, um cansaço que eu não costumava sentir. E hoje de manhã, aquele enjoo repentino... Foi tudo rápido demais. Só que eu não queria me apegar. Não queria ele se apegando também. Porque se fosse alarme falso, doía menos fingir que nem passou pela nossa cabeça. Mesmo dizendo isso pra ele, eu não consegui parar de pensar na possibilidade. Fiquei ali, no caixa da loja, mexendo nas etiquetas das roupas sem n