Everton Narrando
Eu tava no serviço, tentando manter a cabeça no lugar, mas era impossível depois do que aconteceu de manhã. A imagem da Priscila saindo correndo pro banheiro, com a mão na barriga e o rosto pálido, não saía da minha mente. Eu fingi que tava tudo bem, que era só um enjoo bobo... mas por dentro, eu já tava criando um mundo inteiro. Saí no meu horário de almoço, fui até a farmácia mais próxima e comprei dois testes de gravidez. Não quis nem pensar muito. Só peguei e fui embora. Quando saí, tirei uma foto e mandei pra Pri, só pra ver a reação dela.
Ela respondeu quase na hora:
— Você tá criando expectativa à toa, Everton. Eu não tô grávida.
Li a mensagem e sorri, porque ela podia até tentar negar, mas eu conheço cada suspiro dela. Tava com medo. E eu entendo. A gente passou por tanta coisa, caiu, levantou, se reconstruiu... Ela só não quer se decepcionar. Mas eu? Eu não ligo. Se for pra sonhar, eu vou até o fim. Quando cheguei na casa da minha sogra pra buscar o Luizinho