Priscila Narrando
O toque dele ainda ardia na minha pele como se tivesse sido ontem, mesmo que os minutos tivessem passado voando desde o beijo. Era como se o tempo tivesse congelado entre meu corpo prensado contra a parede e o jeito como os olhos do Everton me engoliam por inteira. Ele não disse mais nada, mas também não precisava. O corpo dele falava tudo. Enquanto ele me beijava daquele jeito, com fome, com ternura, com saudade e desejo misturados, eu só conseguia pensar em como a gente chegou até ali. Depois de tanto caos, tantas feridas, tantas cicatrizes, a gente estava se permitindo viver. Eu estava me permitindo viver. Com ele.
Meus dedos passeavam pela nuca dele como se procurassem abrigo. E eu encontrei. Era ali, naquela presença forte, naquele calor que me envolvia como um cobertor em dia frio. Everton era o meu lar. Nunca pensei que diria isso, mas era verdade. Quando o beijo parou por um instante, e ele encostou a testa na minha, ofegante, com aquele sorriso torto que se