Ele é frio, impiedoso e dono de um império bilionário. Ela é determinada, doce, mas esconde um passado doloroso. Quando seus mundos colidem, o desejo explode, mas o amor pode ser a maior fraqueza de ambos.
Ler maisEthan Lancaster
Eu acordo antes do sol nascer. Sempre faço isso. Meus dias são agitados, e a única maneira de manter o controle sobre tudo é acordando cedo, mais cedo do que qualquer um da minha equipe. A Lancaster Enterprises não construiu seu império sozinha, e eu não sou do tipo que espera que as coisas aconteçam. Eu faço elas acontecerem. Enquanto me preparo para o meu dia, meu reflexo no espelho me dá uma sensação de controle, mas também de solidão. Aquela figura imponente que eu vejo diante de mim não se permite fraquezas. Sentimentos? Não. Não para mim. Meu único compromisso é com o sucesso e com a perpetuação da minha empresa. Às 8h em ponto, minha assistente me avisa sobre a chegada de Camila Moretti. Ela é nova na empresa, uma arquiteta recém-contratada para liderar o projeto mais ambicioso da nossa história: a construção do Lancaster Tower, um arranha-céu que se tornará o símbolo da nossa força. Eu não estava interessado em ouvir sobre ela, até que… eu a vi. Ela entrou no meu escritório com uma postura desafiadora, um olhar que não parecia intimidado pelo meu escritório de vidro, nem pelas paredes de mármore. Camila tinha algo em sua presença que instantaneamente me incomodou. Algo… visceral. - Sr. Lancaster. Ela disse, estendendo a mão com uma confiança que me desarmou por um segundo. Eu não sou do tipo que cede facilmente. Um aperto firme. Nada mais. Eu não a observei só por sua beleza — havia algo em sua atitude que me fez pensar que essa mulher não seria como as outras. Eu, de fato, estava errado em minha primeira avaliação. Ela não se intimidou com o meu silêncio. - Não vim aqui para agradá-lo, senhor. Vim para trabalhar. Essas palavras saíram de sua boca com uma naturalidade que me desafiou. Eu nunca conheci uma mulher tão direta. E, de alguma forma, isso me fascinou. Não que eu precisasse disso, claro. Nos dias seguintes, nossa relação de trabalho se estabeleceu, mas sempre houve algo mais no ar. Eu não conseguia tirar os olhos dela, e ela, de maneira intrigante, nunca parecia procurar minha aprovação. Pelo contrário, parecia gostar de me desafiar. Camila O relógio marcava 8h quando finalmente entrei no edifício da Lancaster Enterprises. O lugar era imponente, como se quisesse me engolir. Mas eu não era de me intimidar. Passei pelos portões de segurança, pela recepção e, ao chegar no escritório de Ethan Lancaster, fui tomada por uma sensação de desconforto. Eu sabia que ele era famoso, um CEO impiedoso e difícil de agradar. Mas eu não estava ali para agradá-lo. Eu estava ali para construir minha carreira, para provar a todos, inclusive a mim mesma, que eu podia. Quando entrei na sala, uma presença pesada se fez sentir. Ethan Lancaster. Alto, com os olhos frios, quase inacessíveis, e um corpo que exalava poder. Ele olhou para mim como se eu fosse mais uma funcionária, mais um rosto na multidão. Mas, para minha surpresa, não tentei agradá-lo. Não era o meu objetivo. E, mais importante ainda, eu não o via como os outros homens ao meu redor. Eu não precisava da sua aprovação. Ele parecia surpreso. Acho que ele não estava acostumado com essa atitude. Mas havia algo em seu olhar que me fazia sentir como se eu tivesse tocado uma corda sensível. Não sei o que era. Talvez fosse a maneira como ele olhava para mim, como se quisesse me analisar, me controlar de alguma forma. Os dias seguintes foram difíceis, mas eu me sentia desafiada a cada segundo. A cada reunião, a cada troca de olhares. Havia algo em Ethan que me fazia querer mais. Não mais no sentido romântico, mas algo profundo, como se a sua presença fosse uma tempestade que me atraía e me aterrorizava ao mesmo tempo. Eu sabia que ele era implacável. E, quanto mais ele tentava me empurrar para os limites, mais eu queria resistir....Ethan...O céu já estava pintado de tons rosados quando saímos do hospital.O sábado que começou com promessas doces, se transformou num redemoinho de emoção, tensão e, por fim, numa espécie de paz inesperada. Meu pai estava estável. Camila seguia ao meu lado. E, por mais paradoxal que fosse, eu sentia que estava exatamente onde deveria estar.— Te deixo em casa? — perguntei, enquanto dirigíamos.Ela hesitou por um segundo, depois respondeu:— Só se você subir comigo.Sorri.— Com prazer....Camila...O cheiro do hospital ainda estava preso ao fundo da minha garganta. Aquele aroma ácido, asséptico, que me lembrava dor, silêncio e vigilância. Eu não conseguia tirar da cabeça o olhar do pai de Ethan. Mesmo debilitado, cercado por tubos e máquinas, ele parecia me enxergar por dentro. Como se soubesse exatamente quem eu era e o que sentia pelo filho dele.E aquilo me deixou desconcertada.No carro, de volta ao meu apartamento, eu fiquei em silêncio, olhando a cidade correr pela janela.
Nos sentamos no banco do corredor. Camila segurava minha mão com os dedos entrelaçados nos meus. O silêncio agora era outro — não do desconforto, mas da presença real.— Eu pensei em tudo hoje — confessei. — Pensei em como eu estava levando a vida no automático. Negócios. Sucessão. Meu pai ditando regras. Mulheres que vinham e iam, como se fossem todas iguais. Mas aí você apareceu. Do jeito mais aleatório, mais inconveniente... e mais certo.Ela me encarou.— E agora?— Agora? — respirei fundo. — Agora eu quero te proteger. Quero te amar, Camila. Sem regras do meu pai, sem contratos, sem fingimentos. Se você permitir... eu quero tudo com você.Ela ficou em silêncio. Então sorriu, com um canto da boca.— Você sabe que isso é só o começo, né?— E que começos assim são raros. E valem a pena.O celular vibrou de novo. A enfermeira avisava que meu pai estava sendo levado para um quarto, fora de risco imediato.Suspirei de alívio, sentindo que o pior havia passado.Mas dentro de mim... algo
Ainda sentia o calor da boca dela na minha quando o celular vibrou no bolso do paletó.Ignorei por um segundo. Estávamos imersos demais naquele momento — ela brincando com o anel no dedo, os olhos cheios de brilho, e eu com a sensação inédita de estar fazendo algo certo com o coração.Mas vibrou de novo. E de novo.O número piscava na tela: enfermeira Luísa.Meu estômago afundou.— Desculpa — murmurei, levantando-me com o telefone junto ao ouvido.— Sr. Ethan? Seu pai está sendo encaminhado agora ao hospital. Teve uma nova crise, a pressão despencou. Ele está inconsciente, mas estabilizado. Achei melhor informar imediatamente.O mundo ao redor pareceu perder o foco. O som do restaurante virou um ruído surdo. Meu pai... outra crise?— Estou indo agora. Pra onde estão levando ele?— Hospital Monte Real. Unidade central.Desliguei antes de ouvir mais. Me voltei para Camila, que já me observava com os olhos semicerrados.— Aconteceu alguma coisa?— Meu pai... ele teve uma crise. Estão lev
O relógio marcava quase meio-dia quando Camila se espreguiçou lentamente na cama, os lençóis caindo pela lateral do corpo como uma promessa que eu queria continuar explorando. Mas havíamos consumido o tempo — e um ao outro — de um jeito que nos fazia sorrir como adolescentes no fim da aula.— Estou morta de fome — ela murmurou, a voz rouca de sono e prazer.— Achei que estivesse morta por mim — provoquei, puxando-a para mais um beijo lento. Ela riu contra minha boca, mas logo se afastou, olhando ao redor com um pouco mais de consciência.— Acho que vou passar em casa pra me arrumar... — ela disse, amarrando o cabelo num coque alto, desalinhado. — Estou com a roupa de ontem e... bem, não quero parecer que passei a noite sendo devorada por você.— Mas foi exatamente isso que aconteceu. — sorri, me levantando e puxando-a pela cintura.Ela riu, encostando a testa na minha.— Me dá uns quarenta minutos?— Te dou uma vida inteira, se quiser.Ela corou. Saiu com um último beijo demorado na p
Depois do banho, ela vestiu uma camisa minha, que ficou ainda mais sensual e mais gostosa, sentamos na cama, comendo aos poucos, entre mordidas e olhares longos.— E agora? — ela perguntou, limpando um canto da boca com os dedos. — Como a gente segue?Suspirei, encarando o fundo da xícara de café. Não era uma pergunta simples. Mas ela merecia uma resposta honesta.— Eu não faço ideia. Só sei que não quero te perder.Ela me observou em silêncio, esperando mais.— Sei que minha vida está uma bagunça. A empresa, meu pai, essa pressão toda... Mas com você ao meu lado, parece que tudo desacelera. Que eu respiro melhor. E isso... isso não é comum pra mim.— Eu também não sei o que estou fazendo — ela confessou, baixando o olhar. — Só sei que com você... tudo parece certo, mesmo quando não é.Me aproximei, tocando seu rosto.— Então vamos fazer do nosso jeito. Sem manual. Sem medo. Só verdade.Ela sorriu, e naquele sorriso havia algo que me desmontava por dentro. Paz. Desejo. Esperança.Mas
A luz da manhã entrava preguiçosa pelas frestas da cortina. O quarto de Ethan era silencioso, acolhedor... e completamente impregnado do cheiro dele — amadeirado, quente, masculino.Despertei devagar, os lençóis envoltos nas pernas, o corpo ainda colado ao dele. Estava deitada de lado, com a mão espalmada em seu peito nu, que subia e descia num ritmo tranquilo. O braço dele me envolvia pela cintura, e nossas pernas estavam entrelaçadas, como se nossos corpos tivessem aprendido a se encaixar perfeitamente durante a noite.Por alguns minutos, fiquei ali, apenas sentindo. O calor. A respiração. A segurança.— Bom dia — ele murmurou, a voz rouca, arranhando meu ouvido como um arrepio.Sorri, ainda de olhos fechados.— Bom dia.Ele se mexeu, e senti o toque dos lábios dele no meu ombro, depois no pescoço, com uma lentidão quase torturante. Meu corpo respondeu no mesmo instante, como se tivesse esperando por aquele contato a noite inteira.— Tenho uma confissão — ele disse, entre um beijo e
Último capítulo