Clarice e Sol continuaram sua caminhada, o jardim noturno revelando-se ainda mais sereno à medida que a conversa aprofundava a paz recém-descoberta de Clarice. O ar fresco da noite parecia massagear sua alma, e o som de seus próprios passos, antes uma lembrança de sua incessante busca por controle, agora era uma melodia suave que acompanhava a sinfonia da natureza. Ela sentia-se mais leve, como se um fardo invisível tivesse sido finalmente erguido de seus ombros.
— Sol, você sempre teve essa… essa visão da vida? Essa forma de encarar o desconhecido com tanta tranquilidade? — Clarice perguntou, a curiosidade brilhando em seus olhos, tentando decifrar o enigma da serenidade de Sol.
Sol sorriu, um sorriso que iluminou a escuridão do jardim, mas que carregava a profundidade de muitas experiências.
— Não, Clarice. Longe disso. Houve um tempo em que eu era como você, ou talvez até mais. Eu me agarrava ao controle como um náufrago à sua última tábua. Cada passo da minha vida era planejado, c